Luto na Família Gil: Gilberto Gil enfrenta dor devastadora com a perda de Preta e a lembrança de Pedro
A manhã de domingo, 20 de julho de 2025, amanheceu mais silenciosa. O Brasil perdeu Preta Gil, aos 50 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer colorretal. Uma notícia que abalou a música, a cultura e, acima de tudo, o coração de uma família marcada por perdas profundas. Para Gilberto Gil, ícone da MPB e pai da artista, a dor desta despedida traz à tona um luto antigo: a morte trágica de seu filho Pedro Gil, há 35 anos.
Uma dor que se repete: Gil perde mais um filho
Preta vinha lutando contra o câncer desde 2023. Mesmo com cirurgia e sessões intensas de quimioterapia, a cantora enfrentava complicações cada vez mais severas nos últimos meses. Sua partida, além de representar um baque para os fãs e admiradores de sua obra e posicionamento social, é uma nova ferida no coração de Gilberto Gil — que já havia vivido a dor de enterrar um filho em 1990.
Pedro Gil, baterista da banda Egotrip e uma promessa da música brasileira, tinha apenas 19 anos quando sofreu um grave acidente de carro no Rio de Janeiro. O jovem chegou a ser socorrido com vida, mas faleceu dias depois, vítima de traumatismo cranioencefálico. A perda abalou profundamente a família Gil e, agora, reverbera com ainda mais força diante da despedida de Preta.
“O filho ir antes do pai… Isso é duro”
Em uma entrevista emocionada ao programa Conversa com Bial, em dezembro de 2024, Gilberto Gil falou sobre a dificuldade de lidar com a morte de Pedro. “Acho que sim. Acho que sim porque eu tinha dificuldades de me conformar com a inversão dos fatores. O filho ir antes do pai… Isso é duro”, declarou, com os olhos marejados.
A fala, que já era tocante, ecoa ainda mais forte agora, com a perda de sua terceira filha. Aos 83 anos, o artista vê novamente seu mundo ser dilacerado por uma despedida precoce.
Preta Gil: força, irreverência e representatividade
Mais do que cantora, Preta foi símbolo de coragem, autenticidade e representatividade. Filha de Gilberto Gil com Sandra Gadelha, nasceu no Rio de Janeiro em 1974 e cresceu imersa em arte, cultura e liberdade de pensamento. Construiu uma carreira própria, marcada por sua voz potente, sua personalidade vibrante e seu compromisso com causas sociais.
Durante o tratamento contra o câncer, Preta não se escondeu. Pelo contrário: usou sua visibilidade para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, compartilhar dores e vitórias, e encorajar mulheres a enfrentarem seus medos com dignidade. Foi, até o fim, um exemplo de luta e resistência.
Duas perdas, dois legados eternos
A morte de Preta reacende a memória da tragédia de Pedro, aprofundando a dor de uma família que, embora celebrada em todo o país, é atravessada por perdas irreparáveis. Mesmo assim, Gilberto Gil segue — com sua serenidade única — enfrentando o inominável: a partida de dois filhos.
Neste momento de luto, o Brasil se curva em respeito à dor de um pai, à força de uma família e ao legado de dois filhos que tocaram corações com sua arte e humanidade. Preta e Pedro se vão, mas suas vozes ecoarão para sempre na alma da música brasileira — e no coração de quem nunca os esquecerá.
