Na manhã desta sexta-feira (25), o Brasil se despediu de uma de suas artistas mais marcantes. O velório de Preta Gil, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, se tornou um momento histórico e carregado de simbolismo.
A escolha da data não foi por acaso: 25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Um tributo à trajetória de Preta, que foi muito além da música — como mulher negra, ativista e símbolo de empoderamento, ela transformou vidas e inspirou gerações.
Celebração Silenciosa: Emoção em Cada Detalhe
Desde cedo, centenas de pessoas começaram a se aglomerar nas proximidades do Theatro Municipal. A cerimônia foi aberta ao público entre 9h e 13h, e rapidamente o entorno ficou tomado por fãs emocionados, jornalistas e amigos da artista. Apesar do clima de luto, o ambiente exalava respeito e admiração por tudo o que Preta representou.
Dentro do teatro, o cuidado com os detalhes era visível. Coroas de flores enviadas por celebridades, instituições e anônimos formavam um tapete de homenagens ao redor do caixão. Um telão em alta definição projetava momentos marcantes da carreira e da vida pessoal de Preta — imagens que arrancaram lágrimas silenciosas dos presentes.
Cerimônia Íntima e Respeitosa
Ao contrário do que muitos imaginavam, não houve apresentações musicais ou cortejo com trio elétrico — desejo declarado por Preta Gil em vida. A família, no entanto, optou por uma despedida mais íntima, discreta e serena.
Segundo pessoas próximas, a decisão foi tomada por motivos logísticos e emocionais. “Ela era alegria, mas o momento agora é de silêncio e respeito”, confidenciou uma amiga da família. A escolha surpreendeu parte do público, mas foi amplamente compreendida e respeitada.
Operação Especial da Prefeitura do Rio
Dada a dimensão do evento, a Prefeitura do Rio de Janeiro montou uma operação especial de segurança e mobilidade. Equipes da CET-Rio, Guarda Municipal, Centro de Operações (COR) e da Comlurb trabalharam em conjunto para organizar o trânsito e manter a ordem.
Ruas no entorno do Theatro foram bloqueadas e agentes orientavam o público com gentileza. O esquema, que começou nas primeiras horas da manhã, evitou tumultos e permitiu que milhares de pessoas prestassem sua última homenagem em segurança.
Francisco Gil: Dor de Um Filho, Emoção de Um País
Entre os momentos mais comoventes da cerimônia, um em especial tocou os corações de todos os presentes: a chegada de Francisco Gil, único filho da cantora. Acompanhado de sua namorada, Alane Dias, ex-participante do Big Brother Brasil, Francisco apareceu visivelmente emocionado.
Em determinado momento, ele se aproximou do corpo da mãe e, com a mão trêmula, segurou a dela por longos segundos. Um gesto simples, mas carregado de amor, despedida e gratidão. Muitos dos presentes se emocionaram com a cena, que simbolizou a dor de perder não apenas uma artista, mas uma mãe, amiga e parceira.
O Legado de Preta Gil Não Será Esquecido
Mais do que cantora, Preta Gil foi uma força. Uma mulher que se impôs diante do preconceito, enfrentou o machismo, rompeu padrões e transformou a liberdade em bandeira. Sua carreira foi marcada por irreverência, autenticidade e, sobretudo, coragem.
Mesmo sem a festa que desejava para seu adeus, Preta deixa uma mensagem clara: celebrar a vida, lutar por amor próprio e aceitar quem se é. Sua trajetória como ativista da diversidade sexual, da igualdade racial e da representatividade continuará ecoando nas próximas gerações.
“Ela plantou sementes por onde passou”, afirmou uma fã, emocionada, ao deixar flores na escadaria do Theatro. “E agora cabe a nós regar esse legado.”
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