Notícias

Disputa pela guarda de criança termina em morte no interior de AL, diz delegado

Disputa familiar por guarda de criança motiva homicídio em Campo Alegre (AL)

Tragédia no Agreste de Alagoas

Um crime brutal chocou os moradores de Campo Alegre, município localizado no Agreste de Alagoas, após a morte de Sebastião da Silva, de 56 anos. A Polícia Civil confirmou que a motivação do homicídio foi uma antiga disputa pela guarda de uma criança de apenas 5 anos. O caso, que ocorreu no início de maio, gerou grande repercussão na região e mobilizou autoridades pela violência e frieza demonstradas pelos envolvidos.

De acordo com as investigações, a criança em questão é neta paterna da vítima e, ao mesmo tempo, neta materna dos suspeitos, o que já indicava um histórico de atrito entre as duas famílias. Segundo o delegado Flávio Dutra, responsável pelo caso, esse conflito familiar vinha se agravando há algum tempo e culminou de forma trágica com a morte de Sebastião.

Suspeitos são dois irmãos

A Polícia identificou como principais suspeitos dois irmãos adolescentes. Um deles foi preso em flagrante, enquanto o outro, por ser menor de idade, foi apreendido no mesmo dia. Ambos já estão sob custódia das autoridades. Em depoimento, os jovens confirmaram a existência de desentendimentos com a família da vítima, envolvendo trocas de ameaças relacionadas à guarda da criança.

O delegado relatou que, na noite anterior ao crime, houve uma nova discussão acalorada entre Sebastião e a mãe dos acusados, o que teria intensificado a rivalidade entre os envolvidos. Esse episódio, segundo a polícia, pode ter sido o estopim para a emboscada premeditada.

Emboscada registrada por câmeras de segurança

Imagens de câmeras de segurança instaladas na região foram fundamentais para reconstruir os momentos que antecederam o homicídio. Os vídeos mostram que os irmãos estavam à espera de Sebastião, que seguia de bicicleta para o trabalho. Ao perceber que seria atacado, ele ainda tentou fugir, mas foi surpreendido e não conseguiu escapar.

As gravações também desmentem a versão apresentada pelos suspeitos, que alegaram legítima defesa. Segundo o delegado, os vídeos deixam claro que Sebastião não portava nenhuma arma no momento do ataque. Isso reforça a tese de que a ação foi premeditada e não fruto de um desentendimento momentâneo.

A arma usada no crime foi apreendida e será submetida a perícia pelo Instituto Médico Legal (IML), o que poderá fortalecer ainda mais o inquérito policial.

Investigação sobre possível envolvimento do pai

Além dos irmãos, a Polícia também investiga a possível participação do pai dos acusados. Ele se apresentou voluntariamente à Delegacia de Homicídios para prestar depoimento e, após ser ouvido, foi liberado. No entanto, os investigadores trabalham com a hipótese de que ele possa ter influenciado ou contribuído de alguma forma para o planejamento do crime.

Até o momento, não há evidências suficientes para responsabilizá-lo formalmente, mas o inquérito permanece em andamento para esclarecer todos os detalhes da ocorrência. As autoridades também não descartam novas diligências e depoimentos nos próximos dias.

Pais da criança estão fora do conflito

Um ponto importante destacado pela Polícia Civil é que os pais da criança envolvida na disputa de guarda não têm qualquer ligação com o crime. Segundo o delegado Flávio Dutra, o conflito envolvia os avós e tios da criança, não havendo participação direta do pai e da mãe.

A disputa judicial pela guarda da criança ocorria paralelamente à convivência familiar, e os pais estavam alheios à escalada de violência protagonizada pelas gerações anteriores.

Processo segue em andamento

Com a motivação do crime já identificada e os autores principais detidos, a Polícia Civil de Alagoas agora concentra esforços na finalização do inquérito. O objetivo é reunir todas as provas técnicas e testemunhais necessárias para encaminhar o caso à Justiça o mais rápido possível.

Um dos irmãos, maior de idade, permanece preso preventivamente, enquanto o menor segue apreendido, à disposição da Vara da Infância e Juventude. Ambos devem responder por homicídio qualificado, com agravantes relacionados à premeditação e possível motivo fútil.

Conclusão: um crime que escancara conflitos familiares

A morte de Sebastião da Silva não é apenas um crime de homicídio, mas o reflexo de uma disputa familiar levada ao extremo. O caso evidencia como conflitos judiciais e emocionais mal resolvidos podem escalar para a violência, especialmente quando não há intervenção adequada para mediar tensões familiares.

A Polícia Civil continua atuando para garantir que todos os responsáveis, diretos ou indiretos, sejam identificados e responsabilizados. Enquanto isso, a comunidade de Campo Alegre tenta lidar com o impacto de uma tragédia que deixou uma família destruída e uma criança, no centro de tudo, sem a presença de um dos avôs.

Botão Voltar ao topo