Bolsonaro escolhe Flávio para 2026 e adia sonho presidencial de Tarcísio de Freitas

Bolsonarismo Em Chamas: Flávio Bolsonaro É Escolhido Como Candidato à Presidência em 2026 e Tarcísio Fica Para Trás

A quinta-feira começou turbulenta para a direita brasileira. Em um movimento que poucos acreditavam que viria tão cedo, Jair Bolsonaro — mesmo preso e inelegível — decidiu quem irá carregar sua bandeira na disputa presidencial de 2026. O escolhido não foi Tarcísio de Freitas, nome que o mercado e parte do próprio PL davam como certo, e sim Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do ex-presidente.

A decisão, costurada nos últimos dias, foi comunicada pelo próprio senador ao governador de São Paulo durante dois encontros reservados. Segundo aliados, a mensagem foi direta, dura e incontornável: o projeto nacional de Tarcísio está suspenso.

Como a Disputa Interna Explodiu

Há meses o clima era de disputa silenciosa. Pesquisas internas encomendadas pelo PL mostravam Tarcísio de Freitas com vantagem significativa na corrida presidencial, com rejeição menor e potencial real de atrair eleitores de centro que se afastaram do bolsonarismo radical após 2022.

Flávio, por outro lado, carregava o peso do sobrenome — e isso era tanto um trunfo quanto um problema. Ele tinha apoio da ala mais fiel do movimento, domínio total do diretório do PL no Rio e trânsito forte entre deputados. Mas também enfrentava rejeição entre setores mais moderados do eleitorado e do mercado financeiro.

Apesar disso, Bolsonaro tomou sua decisão por critérios claros: família, lealdade e continuidade do legado. Pesou também o fato de Flávio ser considerado o herdeiro natural das estruturas políticas criadas pelo pai.

O Abalo no Projeto de Tarcísio

Tarcísio recebeu a notícia com elegância, segundo aliados — mas o impacto foi devastador. O governador vinha montando, desde o segundo semestre, um plano robusto de expansão nacional, com viagens ao Nordeste, aproximação com evangélicos moderados e gestos calculados ao setor produtivo.

De uma hora para outra, tudo isso perdeu o sentido.

Sua equipe precisou redirecionar o foco para uma eventual reeleição em São Paulo. Nos bastidores, o sentimento era de frustração profunda. A leitura geral é que o governador estava prestes a se consolidar como o nome da centro-direita para 2026, mas viu essa possibilidade escorrer pelos dedos por uma decisão tomada da cadeia.

Mercado Financeiro Reage: Dólar Sobe e Bolsa Cai

A reação no mercado foi instantânea. O dólar abriu em alta; o Ibovespa caiu logo nos primeiros minutos de negociação. Operadores de grandes mesas de investimento resumiam o cenário em mensagens de WhatsApp:
“Acabou a chance de um candidato técnico.”

Tarcísio era considerado a única figura capaz de unir o bolsonarismo e, ao mesmo tempo, dialogar com o empresariado. Com Flávio no páreo, analistas avaliam que a eleição de 2026 tende a repetir o clima de polarização extrema — com o herdeiro do bolsonarismo de um lado e Lula ou seu sucessor do outro.

Rachaduras Internas no PL

A escolha de Bolsonaro provocou fissuras dentro do próprio partido. Governadores aliados, como Cláudio Castro e Romeu Zema, manifestaram apoio institucional à decisão, mas deputados federais e estaduais que apostavam em Tarcísio começaram a recalcular suas rotas.

Prefeitos e lideranças regionais temem que Flávio, por carregar a rejeição peculiar da família, reduza o potencial de alianças estaduais.

Enquanto isso, a base radical — aquela que lota CPACs e vive de camisetas verde e amarela — comemorou efusivamente. Para eles, o “DNA Bolsonaro” fala mais alto que qualquer pesquisa.

O eleitor moderado, porém, demonstra desconforto. Muitos que viram em Tarcísio uma alternativa viável agora afirmam sentir-se traídos: primeiro pelo sistema que tirou Bolsonaro do jogo, depois pelo próprio Bolsonaro ao priorizar o filho em vez do nome mais competitivo.

Flávio Já Age Como Candidato

Após a decisão do pai, Flávio iniciou uma agenda mais agressiva. Viagens pelo interior, discursos mais firmes contra o STF, encontros com o agronegócio e falas sobre “retomar o país e ajustar os rumos” marcam sua nova postura.

A estratégia do senador é clara:

  • reduzir rejeição em dois anos,

  • mostrar preparo técnico,

  • aproximar-se do mercado,

  • se apresentar como uma versão moderada — porém leal — do pai.

Nos bastidores, aliados dizem que ele pretende se vender como “o Bolsonaro que fala bem”.

Conclusão: O Brasil Caminha Para Uma Reedição da Polarização

A decisão de Bolsonaro provoca um realinhamento profundo no cenário eleitoral. Tarcísio deve se fortalecer ainda mais em São Paulo, mas seu sonho presidencial fica oficialmente adiado para 2030.

Flávio, agora respaldado pelo pai, se torna o candidato do bolsonarismo — e o país se aproxima de uma eleição marcada por extremos novamente.

No fim, o movimento revela uma verdade central do bolsonarismo: a família vem antes da vitória. E isso pode custar caro.

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