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Após apoio de Trump a Bolsonaro, ministros do STF tomam medidas drásticas

Nos últimos dias, algumas declarações do ex-presidente americano Donald Trump causaram um certo rebuliço por aqui, principalmente por tocarem diretamente na situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Trump acusou que Bolsonaro estaria sendo “perseguido” pelas instituições brasileiras, o que, obviamente, repercutiu em vários setores da política. Mas, curiosamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) optou por manter um silêncio estratégico. Nenhum ministro veio a público rebater diretamente as falas do americano, e isso chamou atenção de jornalistas e analistas políticos.

Nos bastidores, comenta-se que os ministros do STF preferiram não dar palco à polêmica. Avaliam, inclusive, que a responsabilidade por defender a imagem do Brasil e das suas instituições cabe, na verdade, ao governo federal — incluindo aí o presidente Lula e o Itamaraty, que é o braço diplomático do país. Segundo essa linha de pensamento, não caberia ao STF entrar numa guerra de narrativas internacionais, o que poderia acabar politizando ainda mais uma situação já bastante delicada.

Lula, por sua vez, não ficou calado. Usando uma rede social (como já é de praxe hoje em dia), o presidente mandou um recado direto: “O Brasil é um país soberano e não aceita interferências externas.” Foi uma fala curta, mas com aquele tom que mistura diplomacia com firmeza. Não mencionou Trump diretamente, mas ficou claro que era uma resposta.

O clima já vinha esquentando há um tempo. Em maio, o senador americano Marco Rubio (Republicano da Flórida) fez um anúncio que pegou muita gente de surpresa. Disse que os EUA iriam restringir a entrada de “funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos”. A fala, embora não mencionasse nomes, foi entendida por muitos como uma indireta — na verdade, até bem direta — ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que conduz alguns dos inquéritos mais sensíveis do país, incluindo aqueles que envolvem desinformação e ataques à democracia.

Coincidentemente (ou não), o anúncio de Rubio veio logo depois de o Supremo ter autorizado a abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Eduardo, aliás, deixou o Brasil pouco depois disso e passou a viver temporariamente nos EUA, alegando perseguição. Esse movimento, claro, acabou virando munição para discursos internacionais, especialmente de figuras ligadas à direita global.

Dentro do STF, a fala de Rubio não foi vista como um ataque apenas a Moraes, mas à Corte como um todo. Ainda assim, a estratégia adotada foi, mais uma vez, o silêncio. Evitaram comentários públicos e preferiram deixar que o governo federal lidasse com a questão no campo diplomático.

Esse tipo de postura tem sido comum entre os ministros do Supremo nos últimos tempos. Preferem não responder diretamente a provocações internacionais, talvez numa tentativa de manter a instituição acima das disputas político-partidárias — algo que, convenhamos, tem sido cada vez mais difícil no cenário atual.

O curioso é que, enquanto isso, a opinião pública segue dividida. Nas redes sociais, o debate se inflama: de um lado, apoiadores de Bolsonaro veem perseguição; do outro, defensores das instituições dizem que a lei está sendo aplicada igualmente. E no meio disso tudo, os ministros caminham em silêncio, tentando manter o equilíbrio, ainda que sob constante pressão de todos os lados.

No fim das contas, parece que o STF escolheu um tipo de blindagem: falar menos, agir mais nos bastidores. Resta saber até quando esse silêncio vai funcionar.

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