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Ataque a tiros em escola deixa 11 mortos e 11 feridos na Áustria

Ataque a tiros em escola na Áustria deixa 11 mortos: país vive luto e intensifica debate sobre armas

Um ataque a tiros em uma escola de ensino médio na cidade de Graz, sudeste da Áustria, deixou o país em estado de choque nesta terça-feira, 10 de junho. O atentado, considerado um dos mais letais da história recente do país, resultou em 11 mortos e pelo menos 11 feridos, muitos em estado crítico. Entre as vítimas, estão estudantes, funcionários e o próprio atirador, um ex-aluno de 21 anos.

A tragédia escancarou a vulnerabilidade das instituições educacionais frente à violência armada e trouxe à tona um debate urgente: a necessidade de rever as leis de controle de armas na Áustria.

Um ataque planejado e devastador

Segundo as autoridades locais, o atirador entrou na escola por volta das 10h da manhã (horário local), portando uma pistola e uma espingarda, ambas adquiridas legalmente. Em poucos minutos, ele disparou contra colegas de sua antiga turma e membros da equipe escolar. A motivação do ataque ainda não foi confirmada, mas há indícios de que os alvos foram escolhidos previamente.

Após cometer o massacre, o jovem tirou a própria vida. A rápida mobilização das forças de segurança — com mais de 300 agentes, 56 deles chegando nos primeiros minutos — evitou um número ainda maior de vítimas.

A escola foi evacuada imediatamente, e os estudantes foram levados para um local seguro, onde reencontraram suas famílias em meio ao pânico e desespero. Helicópteros, unidades especiais e serviços de emergência foram acionados para conter a situação e prestar atendimento às vítimas.


Reações das autoridades: luto nacional e comoção

O chanceler austríaco Christian Stocker classificou o episódio como uma “tragédia nacional” e decretou três dias de luto oficial. Em seu pronunciamento, ele expressou profunda tristeza, chamando o ataque de “ato hediondo” que feriu o coração da nação. Dentre os mortos, segundo ele, estão três homens e seis mulheres — número que subiu para 11 após o falecimento de uma vítima internada em estado grave.

A prefeita de Graz, Elke Kahr, afirmou que o atentado é uma “tragédia horrível” que abala a cidade inteira. Já o presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, classificou o massacre como um “horror nacional”, oferecendo solidariedade às famílias das vítimas.

A ministra para Assuntos Europeus, Beate Meinl-Reisinger, demonstrou emoção ao comentar o caso. “É incompreensível e insuportável. Como mãe, isso parte meu coração”, declarou em uma rede social. O ministro do Interior, Gerhard Karner, anunciou que visitará a cidade nas próximas horas para acompanhar de perto as investigações.

Comunidade internacional se solidariza com a Áustria

O atentado em Graz repercutiu rapidamente no cenário internacional. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, divulgou uma nota oficial lamentando o ocorrido e oferecendo apoio ao governo e ao povo austríaco. A Embaixada do Brasil em Viena está com o plantão consular ativo, mas, até o momento, não há brasileiros entre as vítimas.

Outros países da União Europeia também se manifestaram em solidariedade, cobrando ações mais enérgicas contra a violência armada e reforçando a importância da segurança em ambientes escolares.

Controle de armas na Áustria entra em debate

O episódio reacendeu um debate antigo e delicado sobre o controle de armas na Áustria. Embora o país possua leis mais restritivas do que os Estados Unidos, armas como pistolas e rifles são permitidas sob certas condições. O atirador, por exemplo, possuía registro legal das armas utilizadas no massacre.

A tragédia de Graz lembra outros episódios de violência que abalaram a Áustria, como o atentado terrorista em Viena, em 2020, e o massacre em Mauterndorf, em 1997. Apesar de não ser um país com histórico frequente de tiroteios em massa, os eventos recentes vêm levantando questionamentos sobre falhas no sistema de liberação e monitoramento de armas.

Especialistas alertam que, diante da facilidade de acesso a armas, mesmo indivíduos sem antecedentes criminais podem representar riscos se não forem avaliados psicologicamente. A pressão por mudanças legislativas já começa a crescer, tanto na sociedade civil quanto entre parlamentares.

Conclusão: um país em luto e em alerta

A tragédia na escola de Graz é mais do que um episódio isolado — é um alerta brutal sobre as brechas na segurança de instituições educacionais e na legislação sobre porte de armas. A dor das famílias, o luto nacional e o medo coletivo não podem ser ignorados.

Este atentado deve marcar um ponto de virada. O país, que hoje chora por suas vítimas, precisa olhar para o futuro com responsabilidade e ação concreta. Que as vidas perdidas em Graz não tenham sido em vão.

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