Bombeiros detalham como foi resgate do corpo de empresário encontrado em buraco no Autódromo de Interlagos

Morte Misteriosa em Interlagos: Empresário é Encontrado em Buraco e Caso Ganha Contornos de Crime

O desaparecimento e a posterior descoberta do corpo de Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 35 anos, no Autódromo de Interlagos, seguem envoltos em mistério. A comoção causada pelo caso, investigado pelo 87º Distrito Policial da Vila Pereira Barreto em conjunto com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), expõe não só as dúvidas em torno da morte, mas também falhas em segurança e fiscalização de áreas públicas.

A população e a família aguardam, com angústia, que a verdade venha à tona.

Desaparecimento Após Evento de Motocicletas Choca São Paulo

Na sexta-feira, 30 de maio, Adalberto participou de um evento voltado a experiências com motocicletas no autódromo. Segundo relatos de um amigo, ele deixou o local sozinho, afirmando que buscaria o carro no estacionamento. A partir daí, desapareceu sem deixar rastros.

Quatro dias depois, na terça-feira (3), trabalhadores da Prefeitura de São Paulo que atuavam nas obras de requalificação da pista e construção de muros de contenção localizaram o corpo do empresário. Ele estava dentro de um buraco estreito, entre 45 e 80 cm de diâmetro e três metros de profundidade, em uma área isolada e cercada por tapumes.

O espaço era considerado confinado e de difícil acesso, o que exigiu uma operação complexa por parte do Corpo de Bombeiros para realizar o resgate com segurança.

Corpo é Encontrado com Pertences, Mas sem Parte das Roupas

Um dado que intriga os investigadores e aumenta as suspeitas de crime é o fato de Adalberto ter sido encontrado sem calça e sem tênis. No entanto, seus pertences — incluindo celular, carteira e o capacete usado no evento — estavam dentro do mesmo buraco.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o corpo não apresentava marcas de sangue ou sinais externos de agressão. Ainda assim, a hipótese de acidente foi praticamente descartada, já que ele não apresentava indícios de ter tentado sair do buraco, e a estimativa é que já estivesse morto ao ser colocado ali.

Essa constatação reforça a tese de que ele foi vítima de um ato criminoso — embora, até o momento, a causa da morte continue sendo investigada pela perícia.

Mistério Aumenta: Sem Ferimentos, Sem Assalto, Sem Movimentações Bancárias

As perguntas sem resposta continuam a se acumular. Um dos principais enigmas é como e onde exatamente Adalberto morreu. A ausência de ferimentos visíveis sugere uma morte não violenta, mas essa possibilidade depende de exames toxicológicos e anatomopatológicos, ainda em andamento.

A conta bancária do empresário não registrou movimentações após o desaparecimento, o que enfraquece a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Nenhum saque, compra ou tentativa de acesso foi detectado.

Além disso, a organização do evento informou estar colaborando com as autoridades e já disponibilizou imagens de câmeras de segurança dos portões de acesso. Até o momento, nenhuma pessoa foi presa ou identificada como suspeita.

Polícia Analisa Imagens e Espera Laudos para Avançar na Investigação

O caso continua sob os cuidados do 87º DP e do DHPP, e as imagens de segurança podem ser cruciais para desvendar os passos finais de Adalberto. Os peritos também aguardam laudos subungueais — que detectam vestígios sob as unhas da vítima — além dos exames toxicológicos e complementares.

A investigação também considera a possibilidade de que falhas no controle da obra e segurança do local possam ter facilitado o ocultamento do corpo.

Enquanto isso, a dor da família cresce, acompanhada da perplexidade por uma morte sem explicação clara, que ainda abala a cidade.