Vídeo divulgado por Carlos Bolsonaro expõe momento delicado de saúde de Jair Bolsonaro
O vereador Carlos Bolsonaro divulgou nesta quinta-feira, 12 de dezembro de 2025, um vídeo que mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro em um momento de fragilidade física. As imagens, com cerca de 33 segundos, registram Bolsonaro dormindo em um sofá, usando óculos, fone de ouvido e segurando um tablet, enquanto apresenta crises repetidas de soluços. O conteúdo foi publicado nas redes sociais do parlamentar e rapidamente ganhou ampla repercussão.
Segundo Carlos Bolsonaro, o vídeo foi gravado antes da prisão do ex-presidente, ocorrida em 25 de novembro, e tem como objetivo alertar para o que ele descreve como um “estado gravíssimo” de saúde do pai. A publicação reacendeu o debate sobre as condições de custódia e o atendimento médico oferecido a detentos com histórico clínico delicado.
Registro íntimo e decisão de tornar o vídeo público
Na legenda que acompanhou o vídeo, Carlos Bolsonaro afirmou que resistiu ao máximo em tornar público um momento tão íntimo da família. No entanto, segundo ele, a gravidade da situação e o que tem presenciado diariamente o levaram a divulgar o material. Durante o registro, é possível ouvir pelo menos quatro soluços audíveis, enquanto Jair Bolsonaro aparenta estar dormindo profundamente.
O vereador destacou que a crise está relacionada a um refluxo constante, condição que, segundo ele, eleva o risco de broncoaspiração — quando o conteúdo gástrico pode atingir os pulmões, causando complicações graves. Para Carlos, a exposição do vídeo é uma forma de chamar atenção para um problema que, na avaliação da família, não estaria recebendo a devida atenção médica no ambiente prisional.
Críticas às condições de custódia e atendimento médico
Em sua manifestação, Carlos Bolsonaro fez duras críticas à ausência de acompanhamento médico contínuo e a um ambiente adequado para a recuperação do ex-presidente. Ele afirmou que a falta dessas condições pode resultar em uma “tragédia anunciada”, caso a situação de saúde se agrave.
A família Bolsonaro sustenta que o ambiente de custódia na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, não é compatível com as necessidades clínicas de Jair Bolsonaro. Segundo eles, o histórico de cirurgias e internações exige monitoramento constante, algo que, na avaliação dos familiares, não estaria sendo garantido de forma ininterrupta.
Histórico de saúde e sequelas do atentado de 2018
Os problemas de saúde de Jair Bolsonaro remontam ao atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. Desde então, o ex-presidente passou por diversas cirurgias e internações, principalmente relacionadas a complicações no sistema digestivo. As sequelas incluem crises frequentes de refluxo, dores abdominais e episódios de soluços persistentes.
De acordo com a família, esses sintomas não são recentes, mas teriam se intensificado após a prisão. Poucos dias depois da detenção, em 27 de novembro, Carlos Bolsonaro e o irmão Jair Renan relataram crises semelhantes, que teriam impedido o ex-presidente de dormir e exigido atendimento médico emergencial.
Relatos de crises recentes e noites sem dormir
Segundo os relatos divulgados nas redes sociais, Jair Bolsonaro teria enfrentado noites inteiras de desconforto, com episódios prolongados de soluços e refluxo. A família afirma que essas crises colocam em risco a saúde do ex-presidente, especialmente diante da possibilidade de broncoaspiração durante o sono.
Essas denúncias vêm sendo utilizadas como forma de pressionar as autoridades por melhores condições de custódia, incluindo a possibilidade de acompanhamento médico mais frequente ou adaptações no regime de detenção, levando em conta o estado clínico do ex-presidente.
Repercussão política e reação nas redes sociais
A divulgação do vídeo rapidamente viralizou e gerou forte repercussão nas redes sociais. Apoiadores de Jair Bolsonaro interpretaram o material como prova de que o ex-presidente estaria sendo submetido a condições inadequadas, reforçando a narrativa de perseguição política. Já críticos questionaram a exposição de um momento íntimo e apontaram a publicação como uma possível estratégia de vitimização.
O episódio também foi amplamente noticiado por veículos de comunicação, ampliando o debate sobre os direitos à saúde no sistema prisional brasileiro e sobre os limites da exposição pública em casos envolvendo figuras políticas de grande relevância.
Debate sobre saúde no sistema prisional
Especialistas em direitos humanos e saúde pública destacam que o caso reacende discussões antigas sobre o tratamento de presos com doenças crônicas ou condições clínicas graves. A legislação brasileira prevê o direito à assistência médica adequada a todos os detentos, independentemente de sua posição política ou social.
Nesse contexto, o vídeo divulgado por Carlos Bolsonaro passou a ser usado como exemplo em debates mais amplos sobre a estrutura do sistema prisional e a capacidade do Estado de garantir cuidados de saúde compatíveis com quadros complexos.
Um episódio que aprofunda divisões políticas
Enquanto Jair Bolsonaro permanece detido em Brasília, sob acusações relacionadas a investigações em curso, a divulgação do vídeo adiciona mais um elemento às tensões políticas que persistem no país. O episódio divide opiniões entre aqueles que veem empatia e preocupação legítima na atitude da família e os que interpretam a exposição como uma ação calculada para mobilizar apoiadores.
Em meio a esse cenário, o estado de saúde do ex-presidente segue no centro do debate público, misturando questões médicas, jurídicas e políticas em um momento de forte polarização nacional.
