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Flávio Bolsonaro Critica STF e Reacende Tensões com Alexandre de Moraes

Em entrevista à emissora Jovem Pan nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reacendeu as tensões entre o bolsonarismo e o Supremo Tribunal Federal (STF), com críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes. Em tom contundente, o parlamentar acusou o magistrado de agir com abuso de autoridade e de conduzir investigações de maneira parcial, com decisões “pré-escritas” e sem garantir o contraditório ou a ampla defesa.

As declarações, que ganharam rápida repercussão tanto no meio político quanto nas redes sociais, expõem novamente a frágil relação entre parte da classe política e o Judiciário. Flávio, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, volta a colocar o STF no centro de um debate que mistura questões institucionais e estratégias eleitorais.

Críticas à Atuação do STF e Acusações de Omissão do Senado

Para Flávio Bolsonaro, o atual cenário institucional no Brasil é marcado por um desequilíbrio entre os Poderes. Ele responsabilizou o Senado Federal por não exercer seu papel de fiscalizador do Judiciário, especialmente diante das ações de Moraes. “Infelizmente, nossas instituições não estão funcionando como deveriam. O Senado, que tem o papel constitucional de equilibrar os poderes, tem se omitido”, afirmou o senador.

Ele também argumentou que a democracia estaria sendo “sequestrada” pelo magistrado do STF, e defendeu uma reação do Parlamento. O discurso se alinha ao sentimento de parte do eleitorado conservador, que há tempos cobra do Legislativo uma postura mais firme frente ao que consideram “excessos” da Corte.

Estratégia Política e Narrativa de Perseguição

Não é novidade que o senador Flávio Bolsonaro tem o ministro Alexandre de Moraes como um de seus principais alvos. No entanto, suas recentes falas ganham peso extra em um momento de disputa narrativa sobre os rumos da democracia no Brasil. Desde que Jair Bolsonaro chegou à Presidência, o STF passou a ser alvo de constantes críticas por decisões em temas como liberdade de expressão, fake news e atos antidemocráticos.

A retórica de Flávio reforça a tese de que há uma perseguição política contra seu pai e aliados. Essa narrativa, consolidada ao longo dos últimos anos, é também uma ferramenta eficaz de mobilização eleitoral. De acordo com a professora de Direito Constitucional Mariana Soares, trata-se de uma estratégia pragmática: “A ideia é manter viva a imagem de que há uma perseguição em curso. Isso fortalece a coesão do grupo e mantém o eleitorado mobilizado para futuras disputas, especialmente em 2026”, avaliou.

Reações do Judiciário e Defesa das Instituições

As declarações do senador foram prontamente rebatidas por juristas e aliados do STF. Para eles, Flávio tenta deslegitimar o trabalho da Corte e enfraquecer as instituições que atuam no combate à desinformação. Alexandre de Moraes tem liderado investigações importantes contra redes organizadas de disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas.

Um ministro aposentado do STF, que preferiu não se identificar, afirmou que “o ministro atua dentro das prerrogativas constitucionais. Questionar sua legitimidade é, indiretamente, questionar a própria Constituição”. Segundo esse ponto de vista, a firmeza de Moraes nas decisões é vista como essencial para a manutenção do Estado de Direito.

Pressão sobre o Senado e Impactos Políticos

As críticas de Flávio Bolsonaro não apenas miram o STF, mas também colocam pressão sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Pacheco tem repetidamente se manifestado contra qualquer iniciativa de impeachment contra ministros da Corte, o que gera insatisfação crescente na base bolsonarista.

Nesse contexto, a fala do senador pode ser interpretada como um recado direto à cúpula do Congresso. A expectativa de parte dos aliados de Bolsonaro é de que o Senado atue com mais vigor na contenção do que chamam de “excessos” do Judiciário. Caso contrário, a Casa continuará sendo alvo de acusações de omissão e cumplicidade.

Confronto Institucional: Risco ou Fortalecimento da Democracia?

A crescente polarização entre Judiciário e parte do Legislativo levanta um questionamento relevante: até que ponto o embate entre Poderes fortalece a democracia ou a coloca em risco? Especialistas alertam que a retórica agressiva pode gerar desconfiança nas instituições e alimentar a radicalização política.

O episódio envolvendo Flávio Bolsonaro é mais um capítulo em uma disputa institucional que parece longe de um desfecho. Com a aproximação do calendário eleitoral de 2026, a tendência é de que esse tipo de confronto se intensifique, mantendo o STF no centro do debate político e midiático.

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