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Para oposição e governistas, Bolsonaro pode ser preso ainda hoje

Prisão de Bolsonaro pode ocorrer nas próximas horas: clima de tensão toma Brasília

A possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) até o fim desta terça-feira (22) movimenta os bastidores da política nacional e acende um alerta entre seus aliados e adversários. A informação, divulgada pelo portal Metrópoles, dá conta de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode determinar a detenção do ex-mandatário por descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça.

Descumprimento de ordens judiciais

A crise ganhou fôlego na última sexta-feira (19), quando Moraes determinou que Bolsonaro se abstivesse de participar de transmissões ao vivo ou entrevistas, tanto em suas redes sociais quanto em canais de terceiros. No entanto, já na segunda-feira (21), Bolsonaro apareceu publicamente no Congresso Nacional, conversando com apoiadores e concedendo declarações à imprensa. A atitude foi interpretada como possível afronta à ordem judicial.

Horas antes da aparição, o ex-presidente havia cancelado uma entrevista previamente agendada com o próprio portal Metrópoles, sinalizando receio de ser preso de forma imediata. A defesa de Bolsonaro, por sua vez, tem até o fim desta terça-feira para apresentar explicações formais ao Supremo Tribunal Federal.

PL em estado de alerta

O Partido Liberal, legenda à qual Bolsonaro é filiado, foi pego de surpresa pela aceleração dos acontecimentos. Segundo apuração do Metrópoles, lideranças da sigla mantêm uma espécie de “plantão” em Brasília, aguardando novos desdobramentos. Dentro do partido, há divisões: alguns aliados consideram não haver embasamento jurídico sólido para a prisão, enquanto outros temem que a decisão possa ter viés político.

Há ainda quem acredite que, se o objetivo fosse de fato a prisão, Moraes não teria concedido 24 horas para a manifestação da defesa. A leitura de bastidores é que o ministro estaria, na verdade, preparando terreno jurídico e político antes de uma possível medida drástica.

Reorganização da direita?

Apesar do clima tenso, há um grupo dentro da própria direita que vê, paradoxalmente, na eventual prisão de Bolsonaro uma oportunidade estratégica. Para esses interlocutores, o afastamento do ex-presidente do tabuleiro político abriria espaço para o surgimento de uma nova liderança de direita com vistas às eleições de 2026. Nomes como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema surgem como possíveis alternativas.

Vale lembrar que Bolsonaro foi, nos últimos meses, peça-chave na tentativa de apaziguar disputas internas dentro do próprio campo conservador. Recentemente, por exemplo, atuou como mediador em uma desavença entre seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o governador Tarcísio, após divergências sobre sanções dos EUA contra o Brasil.

Incerteza no Palácio do Planalto

No governo Lula, o clima também é de cautela. Auxiliares diretos do presidente, em conversas reservadas, admitem que não há uma estratégia pronta para lidar com o impacto político de uma eventual prisão de Bolsonaro. Enquanto alguns temem que isso desmobilize a polarização política — cenário considerado vantajoso para a esquerda —, outros acreditam que a direita mergulharia em um processo de disputa interna, sem um nome forte que una o campo conservador.

Nos bastidores do Planalto, há a percepção de que, sem Bolsonaro como figura de coesão, a extrema-direita perderia fôlego e foco, ao mesmo tempo em que se abriria espaço para outras figuras ganharem protagonismo.

A decisão de Alexandre de Moraes ainda não foi divulgada oficialmente, mas o país segue em compasso de espera. Independentemente do desfecho, o episódio pode representar um ponto de inflexão no cenário político nacional, com implicações profundas para o futuro da direita e para a estabilidade institucional do país.

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