Regina Duarte quebra protocolo e fala após condenação de Jair Bolsonaro

Regina Duarte volta a defender Bolsonaro nas redes após condenação no STF
A atriz Regina Duarte, conhecida por décadas de atuação na televisão brasileira, voltou a se posicionar politicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação ocorreu nas redes sociais dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e por tentar abolir o Estado Democrático de Direito.
A artista compartilhou em seus Stories do Instagram um vídeo que ironiza a decisão dos ministros da Corte. A publicação gerou repercussão imediata, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos.
Vídeo exalta medidas do governo Bolsonaro
O conteúdo divulgado por Regina Duarte leva o título de “Retrospectiva dos crimes de um presidente”, em tom evidentemente irônico. Em vez de listar crimes, o vídeo enumera ações do governo Bolsonaro entre 2019 e 2022, com foco em medidas populares entre seus apoiadores.
Entre os pontos destacados estão:
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A lei de pensão vitalícia para crianças com microcefalia;
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O reajuste de 33% no piso salarial dos professores;
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A ampliação de obras de infraestrutura e programas sociais.
O vídeo foi originalmente criado e divulgado por grupos bolsonaristas em aplicativos de mensagens e redes sociais. A versão que chegou ao perfil de Regina Duarte é uma das várias que circulam em apoio ao ex-presidente desde a condenação.
Condenação no STF e contexto político
A condenação de Jair Bolsonaro foi decidida pela Primeira Turma do STF, que aplicou uma pena de 27 anos e 2 meses de prisão, a mais alta entre os oito réus julgados no mesmo processo. O ex-presidente foi acusado de articular um plano golpista após as eleições de 2022, incentivando a não aceitação dos resultados e buscando interferência militar.
Segundo o Supremo, houve provas suficientes de que Bolsonaro tentou minar as instituições democráticas e mobilizou parte da população para desacreditar o processo eleitoral brasileiro. A decisão foi considerada um marco na história política do país.
Manifestação repercute nas redes
Como esperado, a postagem de Regina Duarte provocou forte repercussão. Seguidores mais alinhados ao ex-presidente elogiaram a atriz por “ter coragem” de se posicionar contra o que chamam de perseguição judicial. Já outros usuários criticaram duramente o gesto, lembrando que a sentença foi proferida por uma instância máxima do Judiciário e com base em um longo processo legal.
“Ela só está dizendo o que milhões de brasileiros pensam”, comentou um seguidor.
“Lamentável ver uma artista histórica defender ataques à democracia”, respondeu outro.
O episódio reflete, mais uma vez, a polarização política que domina o debate público no Brasil, especialmente nas redes sociais.
De atriz a defensora política
Regina Duarte se destacou ao longo de décadas como protagonista de novelas da TV Globo. No entanto, sua aproximação com a política ocorreu de forma mais intensa a partir de 2020, quando aceitou o convite de Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Cultura. Sua gestão foi breve, durando apenas três meses, mas consolidou sua aliança com o campo conservador.
Desde então, Regina passou a se manifestar frequentemente sobre temas políticos, quase sempre em apoio ao ex-presidente. Suas redes sociais se tornaram uma vitrine de críticas à esquerda e de defesa de pautas ligadas ao bolsonarismo.
A divisão entre artista e militante
A mudança no posicionamento público de Regina Duarte gerou impactos também em sua imagem artística. Para muitos, ela passou a ser vista mais como uma militante do que como atriz. Essa transição gerou perda de prestígio em alguns círculos do meio cultural, enquanto também a aproximou de uma base conservadora que passou a vê-la como uma referência.
Esse processo é semelhante ao de outras figuras públicas que abandonaram a neutralidade para assumir posições políticas firmes — algo cada vez mais comum em um Brasil marcado por embates ideológicos constantes.
Considerações finais
A nova manifestação de Regina Duarte mostra que, mesmo após a condenação de Bolsonaro no STF, parte de seus apoiadores permanece fiel e mobilizada. Figuras públicas como a atriz atuam como reforço simbólico de uma narrativa de injustiça e perseguição política, frequentemente usada para tentar deslegitimar decisões judiciais.
Enquanto isso, o país segue dividido entre quem vê o julgamento como uma defesa do Estado de Direito e quem acredita que Bolsonaro foi vítima de um sistema parcial.