Um dos casos mais chocantes e misteriosos do Brasil acaba de ganhar um novo e inesperado capítulo. Eliza Samudio, desaparecida desde 2010, pode ter sido vista com vida após a data em que teria sido assassinada, segundo novo depoimento revelado nesta segunda-feira (19).
A afirmação partiu de Dayanne Souza, esposa do goleiro Bruno, que declarou ao Ministério Público ter visto Eliza no dia 10 de junho, no sítio do jogador em Esmeraldas (MG). A informação entra em conflito direto com a linha do tempo oficial da investigação.
Nova data pode virar o caso de cabeça para baixo
Até então, as autoridades trabalhavam com a hipótese de que Eliza teria sido morta no dia 9 de junho, conforme relatos do primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, e de um adolescente apreendido no Rio. A fala de Dayanne, no entanto, sugere que a modelo estaria viva pelo menos um dia depois da suposta execução.
A revelação foi feita pelo promotor Gustavo Fantini, e pode obrigar os investigadores a reavaliar peças fundamentais do inquérito. “Essa nova versão mexe com toda a cronologia dos fatos”, declarou o promotor.
Dayanne, que está presa em Belo Horizonte, sempre negou participação direta no desaparecimento da modelo, mas agora afirma que não vê mais motivo para proteger o ex-marido.
Contradições sobre o bebê de Eliza chamam atenção
Outro ponto polêmico do novo depoimento envolve o filho de Eliza com Bruno, que tinha apenas cinco meses na época. Dayanne disse que começou a cuidar da criança no dia 10 de junho, a pedido de Bruno — que teria dito que Eliza havia saído para preparar uma viagem.
No entanto, em depoimentos anteriores, ela afirmava ter recebido o bebê apenas no dia 20. A mudança no relato levanta suspeitas e reforça a tese de que Dayanne escondeu informações cruciais por mais de uma década.
Segundo o Ministério Público, a reviravolta teria sido motivada por conversas com familiares e uma suposta decisão pessoal de romper o silêncio.
Defesa dividida e troca de advogados complicam cenário
Dayanne também declarou que nunca autorizou o então advogado de Bruno, Ércio Quaresma, a representá-la no processo. Ela teria sido pressionada a aceitar a defesa conjunta, mas agora exige um advogado exclusivo.
Três novos advogados, contratados por sua família, se apresentaram nesta segunda-feira ao Departamento de Investigações em Belo Horizonte, sinalizando uma mudança de estratégia e possível colaboração com a Justiça.
Brasil volta a questionar: o que aconteceu com Eliza?
Mais de 14 anos depois, o caso Eliza Samudio segue sem corpo, sem resposta definitiva — e agora, com novas contradições que reacendem a curiosidade nacional. A declaração de Dayanne reacende esperanças de que a verdade ainda pode vir à tona, mesmo depois de tanto tempo.
Com a reabertura de questionamentos e possíveis novos desdobramentos, cresce a pressão por justiça em um dos casos mais emblemáticos do noticiário criminal brasileiro.
