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Traiu Bolsonaro? Trump dar abraço em Lula, o elogia na ONU, e deixa todos em choque ao dizer q… Ler mais

Em discurso surpreendente, ex-presidente dos EUA elogia Lula e indica possível reaproximação diplomática

O clima tenso que predominava na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23) deu lugar à surpresa quando o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou publicamente o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em tom descontraído e inesperado, Trump destacou a “excelente química” com Lula após um breve encontro nos corredores da sede das Nações Unidas, em Nova York — algo que repercutiu de forma imediata entre diplomatas, jornalistas e analistas internacionais.

A fala, além de inusitada, causou estranheza por ocorrer em meio a uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, agravada pela recente imposição de tarifas de 50% a centenas de produtos brasileiros pelo governo norte-americano. Ainda assim, Trump surpreendeu ao dizer que pretende se reunir com Lula na próxima semana para tratar diretamente da disputa comercial.

“Tivemos uma ótima química em 39 segundos”

Em seu discurso, Trump adotou o estilo irreverente que lhe é característico, e comentou sobre o breve encontro com Lula:

“Ele parece um cara muito agradável, e tivemos uma ótima química em apenas 39 segundos de conversa.”

A fala arrancou reações variadas do plenário. Embora soe superficial, o comentário tem peso estratégico, pois demonstra uma abertura simbólica ao diálogo após meses de embates públicos entre os dois governos. A fala também serviu para reforçar a preferência de Trump por relações diplomáticas personalizadas, em que afinidades pessoais entre líderes pesam tanto quanto questões institucionais.

Entre elogios e ameaças: a relação ambígua com o Brasil

Apesar do tom amigável, Trump não deixou de criticar duramente o Brasil em outros momentos de sua fala. Ele reafirmou que as tarifas comerciais impostas em julho foram uma resposta direta ao que classificou como “censura, repressão e corrupção judicial” no país, referindo-se, sobretudo, à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro — seu aliado político mais próximo na América Latina.

Segundo Trump, a Justiça brasileira estaria violando liberdades fundamentais e promovendo uma “caça às bruxas”, ecoando discursos usados internamente pela oposição ao governo Lula. Ainda assim, ele indicou que está disposto a conversar com o presidente brasileiro, numa tentativa de desarmar parte da crise.

“Eu só faço negócio com pessoas de quem gosto. E Lula pareceu alguém de quem eu gostei”, afirmou o republicano, em tom calculadamente informal.

Encontro entre Lula e Trump marcado para próxima semana

Confirmado por fontes diplomáticas, o encontro entre Lula e Trump será o primeiro diálogo direto entre os dois desde o início da crise comercial. A expectativa é alta: o governo brasileiro busca reduzir os impactos econômicos das tarifas americanas, enquanto Trump parece testar uma aproximação estratégica, sem abrir mão do tom crítico ao Judiciário brasileiro.

A reunião também carrega uma carga simbólica significativa, já que Trump vem se posicionando como pré-candidato à presidência dos EUA em 2028. Estabelecer pontes com líderes de peso da América Latina, como Lula, pode ser parte de uma estratégia de reconstrução de sua imagem internacional.

Tarifa de 50% e suas consequências

A crise atual começou em julho, quando o governo americano, sob liderança de Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre centenas de produtos brasileiros, em retaliação à condenação de Bolsonaro. Embora alguns setores — como suco de laranja, aeronaves, combustíveis e certos metais — tenham sido poupados, as restrições afetaram diretamente exportações de grande relevância para a economia nacional.

A decisão gerou forte pressão interna sobre o governo Lula, que agora busca amenizar os danos e retomar um canal estável de diálogo com Washington. Empresários brasileiros e setores produtivos pressionam por uma solução diplomática que evite o prolongamento do embate.

Diplomacia entre pressão e pragmatismo

Especialistas em política externa avaliam que a postura de Trump na ONU mistura pressão geopolítica com pragmatismo diplomático. De um lado, ele mantém uma retórica dura contra instituições brasileiras — especialmente o STF — e reforça sua lealdade ideológica a Bolsonaro. De outro, acena para Lula com o objetivo de conter os danos bilaterais e preservar laços comerciais importantes.

Para a diplomacia brasileira, o desafio será equilibrar a firmeza na defesa das instituições nacionais com a necessidade de proteger os interesses econômicos do país. O Itamaraty já sinalizou que entrará no encontro com Trump buscando “recompor pontes”, mas sem abrir mão da soberania institucional.

Um novo capítulo nas relações bilaterais?

O desfecho da conversa entre Lula e Trump pode definir o rumo das relações entre os dois maiores países do continente americano. A depender do tom adotado na reunião, haverá espaço para reconstrução diplomática — ou, em caso de novo atrito, o risco de aprofundamento da crise.

Enquanto isso, a opinião pública segue dividida. Para alguns, a aproximação com Trump é positiva e pode aliviar os impactos econômicos. Para outros, representa um risco à imagem internacional do Brasil, ao sinalizar diálogo com um líder que flerta com discursos autoritários e deslegitima instituições brasileiras.

Conclusão: diplomacia em tempos turbulentos

A inesperada cortesia de Trump a Lula escancarou os paradoxos da política internacional contemporânea, em que afinidades pessoais e estratégias eleitorais muitas vezes se sobrepõem a alianças históricas ou ideológicas.

O encontro marcado para os próximos dias é visto por analistas como uma oportunidade de descompressão — ou de confronto. Em um cenário global instável e altamente polarizado, o Brasil e os Estados Unidos caminham em um fio estreito entre cooperação e conflito.

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