Alexandre de Moraes faz movimento ousado e pede posicionamento da PGR sobre prisão de Bolsonaro

Ministro quer antecipar próximos passos contra o ex-presidente
O ministro Alexandre de Moraes surpreendeu ao solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que se manifeste sobre a possibilidade de decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. O pedido foi feito após o Supremo Tribunal Federal (STF) receber uma denúncia que acusa o ex-presidente de incitar atos antidemocráticos. Segundo Moraes, a prisão seria necessária para preservar a ordem pública e garantir o andamento regular do processo. A decisão foi assinada no dia 18 de março, num gesto visto como uma escalada significativa na tensão entre o STF e Bolsonaro.
Atos pró-anistia podem ter extrapolado os limites legais
O despacho de Moraes questiona se as convocações públicas feitas por Bolsonaro em apoio à anistia de réus do 8 de janeiro podem configurar crimes como obstrução de justiça, incitação contra instituições e até coação durante o curso do processo. Segundo o ministro, a insistência de Bolsonaro em mobilizar seus apoiadores para pressionar o Judiciário pode ser mais do que uma simples manifestação política — e sim uma tentativa direta de interferir nas investigações.
Restrição de atuação também está na mira do Supremo
Além de avaliar uma possível prisão, Moraes também pediu que a PGR analise a necessidade de aplicar medidas restritivas para impedir Bolsonaro de convocar novos atos. A preocupação do STF é que o ex-presidente continue usando sua base de seguidores para atacar decisões judiciais e enfraquecer a autoridade das instituições democráticas. Para o ministro, isso pode comprometer a estabilidade do processo judicial e reacender o clima golpista que marcou o 8 de janeiro.
PGR ainda não respondeu ao despacho do Supremo
Apesar da urgência do caso, até o momento a Procuradoria-Geral da República, comandada por Paulo Gonet, ainda não se posicionou oficialmente sobre o pedido de Moraes. O encaminhamento da solicitação ocorreu no dia 19 de março, e desde então o STF aguarda um parecer técnico que pode ser decisivo para os rumos do processo. A expectativa é de que a resposta da PGR determine se Bolsonaro poderá continuar em liberdade ou se enfrentará medidas mais severas.
Denúncia partiu de vereadora do PT e advogado aliado
A ação que motivou o despacho de Moraes foi protocolada por Liana Cristina, vereadora do PT em Recife, e o advogado Victor Fialho Pedrosa. Na denúncia, eles acusam Bolsonaro de agir para obstruir a Justiça ao convocar manifestações entre os dias 9 e 14 de março, alegando que o ex-presidente tentou deslegitimar o trabalho do STF ao tratar os envolvidos no ataque de 8 de janeiro como “reféns políticos”. A retórica inflamada, segundo os denunciantes, representa risco real à ordem pública.
Prisão preventiva é vista como única saída para conter ações futuras
Os autores da denúncia defendem que a prisão preventiva seria a única forma eficaz de impedir Bolsonaro de seguir mobilizando apoiadores e interferindo no processo judicial. Para eles, o ex-presidente já demonstrou que não tem intenção de recuar e que mantém uma agenda de confrontação com o Judiciário. Diante disso, sua liberdade poderia representar uma ameaça contínua à aplicação das leis e à democracia brasileira.