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Crise de soluços: defesa de Bolsonaro recorre ao STF por atendimento médico

Defesa de Bolsonaro pede autorização ao STF para atendimento médico urgente

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando autorização para que uma profissional de saúde possa realizar uma avaliação médica presencial. O motivo, segundo os advogados, é o agravamento de uma crise de soluços persistentes, que estaria comprometendo o estado de saúde do ex-presidente.

O requerimento foi encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes na última sexta-feira (10), mas só foi protocolado oficialmente no sistema do STF nesta segunda-feira (13). Até o momento, a solicitação aguarda análise e resposta do magistrado.

Crise de soluços e sintomas associados preocupam defesa

Na petição enviada ao Supremo, os advogados destacam a urgência do caso e solicitam que uma médica indicada pela defesa tenha acesso ao ex-presidente para realizar uma avaliação detalhada e recomendar o tratamento adequado.

“O ingresso da profissional se faz necessário em razão do agravamento de episódios persistentes de soluço, motivo pelo qual pugna-se pela célere apreciação do presente pleito”, afirma a defesa no documento.

Fontes próximas a Bolsonaro relataram que os episódios de soluço têm vindo acompanhados de outros sintomas preocupantes, como pressão arterial baixa, vômitos frequentes e indisposição geral. A defesa também informa que o ex-presidente foi diagnosticado recentemente com anemia ferropriva (por deficiência de ferro) e ainda se recupera de uma pneumonia leve, que teria deixado sequelas respiratórias.

Histórico médico do ex-presidente já inclui episódios similares

Essa não é a primeira vez que Jair Bolsonaro enfrenta crises persistentes de soluço. Em julho de 2021, ele chegou a ser internado em São Paulo por quase uma semana devido a um quadro de obstrução intestinal, que, segundo seus médicos na época, foi agravado por soluços ininterruptos.

Os profissionais de saúde associaram esses sintomas às complicações decorrentes da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Desde então, o ex-presidente relata episódios recorrentes de desconforto gastrointestinal, além de oscilações de pressão, fadiga e dores abdominais.

Fontes próximas ao ex-presidente apontam que o atual momento de pressão política e judicial também estaria contribuindo para o agravamento de seu quadro clínico.

Moraes ainda não se manifestou, mas clima político é de tensão

O ministro Alexandre de Moraes, relator de diversos inquéritos no STF que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda não se pronunciou sobre o pedido de atendimento médico emergencial. No entanto, o tema tem repercutido entre aliados e opositores.

Parlamentares do PL e apoiadores do ex-presidente usaram as redes sociais para pedir “respeito e humanidade” no tratamento do caso. Para eles, a saúde do ex-chefe do Executivo não pode ser politizada, independentemente do cenário judicial.

Já críticos do ex-presidente acusam sua defesa de utilizar o argumento da saúde como estratégia para sensibilizar a Justiça em meio ao avanço de processos que podem levar a sanções mais severas. Para esses setores, o pedido seria uma tentativa de atrasar ou enfraquecer investigações em andamento.

Participação política reduzida, mas ainda influente

Desde o fim de seu mandato, Bolsonaro tem reduzido significativamente sua agenda pública. Ele tem evitado viagens longas, participado de poucos eventos presenciais e mantido um ritmo mais leve nas atividades políticas. A justificativa para esse comportamento, segundo seus aliados, são as recomendações médicas e o cuidado com a saúde debilitada.

Apesar disso, o ex-presidente continua ativo nos bastidores do PL e nas redes sociais, onde participa de decisões estratégicas e mantém contato com apoiadores. Sua atuação, ainda que mais discreta, continua sendo vista como relevante para o cenário político da direita no Brasil.

Decisão do STF pode ter desdobramentos políticos

A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes decida sobre o pedido da defesa nos próximos dias, dada a alegação de urgência médica. Caso o pedido seja deferido, a profissional indicada poderá prestar atendimento no local onde Bolsonaro se encontra, evitando o deslocamento a uma unidade hospitalar.

Mais do que uma autorização administrativa, a resposta do STF pode ter implicações políticas relevantes. O episódio reacende o debate sobre a capacidade do ex-presidente de seguir atuando politicamente diante de seu estado de saúde e das pressões judiciais que enfrenta.

Em um contexto de alta tensão institucional, cada movimento em torno de Bolsonaro tende a ganhar repercussão nacional, e o tratamento da Justiça em casos como este pode influenciar a percepção pública e o debate político nas próximas semanas.

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