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Mulher que foi condenada pela morte de Bernardo, de 11 anos, é achada morta na cadeia

Novo capítulo no crime que chocou o país

A morte de Edelvânia Wirganovicz, uma das condenadas pelo assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, voltou a movimentar a opinião pública. Ela foi encontrada morta no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre na última terça-feira, 22 de abril. A causa do falecimento ainda está sob investigação.

Segundo informações preliminares da Polícia Penal, há suspeita de suicídio, mas nenhuma hipótese está descartada até o laudo oficial do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul.

Relembre o caso Bernardo: crime bárbaro no interior do RS

O crime aconteceu em abril de 2014, na cidade de Três Passos (RS), e envolveu uma série de elementos que deixaram o país estarrecido: traições familiares, negligência, violência extrema e frieza emocional.

Bernardo Boldrini, com apenas 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril de 2014. Ele foi visto pela última vez ao sair da casa de um amigo, onde teria dormido naquela noite. Dias depois, seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova rasa no interior de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de onde morava.

O menino apresentava sinais de morte por superdosagem de Midazolam, um sedativo de uso hospitalar.

Envolvidos e condenações

Em 2019, quatro pessoas foram condenadas pelo crime:

  • Leandro Boldrini (pai de Bernardo): médico e responsável legal pela criança, foi condenado por ser um dos autores intelectuais do crime.

  • Graciele Ugulini (madrasta): considerada uma das executoras da morte, com comportamento frio e calculista.

  • Edelvânia Wirganovicz: amiga próxima de Graciele, participou ativamente do assassinato e da ocultação do cadáver.

  • Evandro Wirganovicz: irmão de Edelvânia, ajudou no transporte e enterro do corpo.

Edelvânia, em especial, teve papel crucial na investigação ao indicar à polícia o local onde o corpo estava enterrado. Em troca, recebeu redução de pena por colaboração. Foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão e, atualmente, cumpria regime semiaberto.

Quem era Edelvânia Wirganovicz?

Natural do interior do Rio Grande do Sul, Edelvânia era técnica de enfermagem e tinha uma amizade de longa data com Graciele Ugulini. O envolvimento dela no crime chocou tanto quanto sua frieza em depoimentos prestados ao longo do processo.

Durante o julgamento, chegou a admitir que ajudou Graciele a aplicar o sedativo em Bernardo e, posteriormente, participou do plano para esconder o corpo. Ela também revelou que o crime teria sido motivado por questões financeiras, pois Bernardo atrapalharia a vida do casal Boldrini.

Mesmo após a condenação, o nome de Edelvânia continuava associado a um dos crimes mais brutais da história recente do Rio Grande do Sul.

Investigação sobre a morte

A morte repentina de Edelvânia dentro do presídio levanta novas questões. A direção do Instituto Penal Feminino informou que a cela dela foi isolada e periciada. Não havia sinais claros de violência externa, o que reforça a hipótese inicial de suicídio, embora o laudo oficial ainda não tenha sido divulgado.

A Polícia Civil do RS assumiu a investigação para apurar se houve negligência, motivação externa ou envolvimento de outras detentas.

Repercussão pública

A nova tragédia no enredo do caso Bernardo reacendeu debates nas redes sociais e na imprensa sobre o sistema prisional brasileiro, os efeitos psicológicos de longas penas e a responsabilização dos envolvidos em crimes bárbaros.

Para muitas pessoas, a morte de Edelvânia encerra em definitivo sua participação no caso, mas para outras, abre espaço para mais perguntas: O que motivou esse fim? Ela sofria ameaças? Teria revelações pendentes?

O caso segue vivo na memória coletiva

Onze anos depois, o caso Bernardo continua sendo lembrado como um símbolo de brutalidade, negligência familiar e falhas sociais. O menino, órfão de mãe e desamparado pelo próprio pai, teve seu fim decretado por aqueles que deveriam protegê-lo.

Agora, com a morte de Edelvânia, o caso ganha mais um capítulo sombrio — e a sociedade, mais uma vez, acompanha com atenção cada nova revelação.

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