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Alexandre Frota é surpreendido após ter mandato de vereador cassado

Alexandre Frota tem mandato cassado em Cotia após condenação por calúnia contra Jean Wyllys

Na última sexta-feira, 3 de outubro, a política brasileira ganhou mais um episódio digno de roteiro de série: o vereador Alexandre Frota (PDT), atualmente com mandato na Câmara Municipal de Cotia, na Grande São Paulo, teve seu cargo cassado. O motivo? Uma condenação de 2018 por calúnia e difamação contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL), que agora cobrou seu desfecho.

O caso, que já se arrastava há anos na Justiça, foi finalmente encerrado após o trânsito em julgado — ou seja, quando não cabem mais recursos —, e a Câmara de Cotia, diante da decisão definitiva, foi obrigada a agir.

A condenação de 2018 que voltou à tona

A origem da cassação está em um processo que Alexandre Frota enfrentava desde 2018. Na época, ele foi condenado pela 2ª Vara Federal de Osasco a dois anos de detenção em regime aberto, além do pagamento de multa por caluniar e difamar Jean Wyllys. Como ocorre com muitos políticos no Brasil, Frota recorreu da sentença, tentando reverter a decisão em instâncias superiores.

No entanto, seus recursos foram sucessivamente negados, e, no fim de agosto deste ano, a condenação se tornou definitiva. Com isso, a Câmara Municipal foi notificada e teve que aplicar o que determina a lei: cassação de mandato.

Decisão com base legal

A cassação foi oficializada pelo presidente da Câmara de Cotia, Osmar Danilo da Silva (Republicanos), que citou a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município para justificar a medida. Segundo a nota oficial divulgada, a Câmara apenas cumpriu o que determina o regimento interno, uma vez que a condenação criminal é um impeditivo para o exercício de cargo eletivo.

A decisão não envolveu votação entre os vereadores nem análise política: foi um ato administrativo fundamentado em norma legal.

A reação nas redes e o humor do público

Como não poderia deixar de ser, a notícia repercutiu rapidamente nas redes sociais. No X (antigo Twitter), usuários comentaram a cassação com uma mistura de sarcasmo, crítica e indignação. Alguns celebraram a queda do vereador como “justiça feita, mesmo que tardia”. Outros ironizaram, dizendo que no Brasil, cassações são como panes em transporte público: “você nunca sabe quando vão acontecer, mas quando ocorrem, bagunçam tudo”.

A polarização ficou evidente nos comentários. Parte dos usuários condenou o histórico do vereador, enquanto outros destacaram sua atuação recente em pautas locais de Cotia, levantando o debate sobre se os erros do passado devem sobrepor-se ao desempenho atual.

Pena substituída por medidas alternativas

Apesar da condenação inicial prever dois anos de detenção, a pena foi convertida, conforme previsto na legislação brasileira. Frota poderá cumprir a sanção através de prestação de serviços comunitários ou outras medidas alternativas, como a limitação de finais de semana — que, para muitos, soa mais como um castigo leve do que uma real punição.

Ainda assim, o impedimento legal para o exercício de mandato permanece, o que justificou sua exclusão da Câmara.

Alexandre Frota: um histórico de reviravoltas

Alexandre Frota não é exatamente um novato em polêmicas. Ex-ator, ex-bolsonarista, ex-PSDB e agora ex-vereador, sua carreira política tem sido marcada por mudanças de lado, conflitos públicos e declarações polêmicas.

Desde sua entrada na política, em 2018, o ex-ator colecionou desentendimentos com aliados e opositores. Sua trajetória inclui episódios controversos dentro e fora do Congresso, e mesmo após sua saída da esfera federal, ele continuou se envolvendo em debates e embates, agora no cenário municipal de Cotia.

A cidade e seus dilemas

Enquanto Cotia enfrenta problemas reais como transporte público precário, unidades de saúde com falta de médicos e infraestrutura urbana abandonada, a política local se vê envolvida em um caso jurídico de repercussão nacional. Para muitos moradores, esse episódio apenas reforça a sensação de que os políticos se envolvem demais em disputas pessoais e de menos em resolver os problemas da população.

A cassação também levantou dúvidas entre os eleitores: quem ocupará a vaga deixada por Frota? Será alguém da mesma base política? A oposição usará o caso como arma eleitoral? E o próprio Frota, será que vai tentar um novo cargo político em outro local ou voltar para os holofotes da mídia?

Um reflexo do cenário político atual

Este episódio, embora centrado em uma figura específica, revela questões mais amplas da política brasileira: o desgaste das instituições, a impunidade prolongada, a judicialização da política e a fragilidade da confiança pública em seus representantes.

Enquanto o país discute reformas estruturais, enfrenta desafios econômicos e vê o retorno das tensões sociais, episódios como esse evidenciam a urgência de uma política mais ética, transparente e conectada às necessidades reais da população.

O que vem pela frente?

Com a cadeira de Alexandre Frota agora vaga, a Câmara Municipal de Cotia deve anunciar, nos próximos dias, quem será o substituto. Enquanto isso, a pergunta que fica é: Frota vai se recolher ou tentar, mais uma vez, se reinventar politicamente?

De uma coisa podemos ter certeza: na política brasileira, a realidade continua superando qualquer ficção — e, como sempre, cheia de reviravoltas dignas de novela.

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