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Alexandre de Moraes recebe dura notícia vinda diretamente dos Estados Unidos

Críticas de advogado de Trump a Alexandre de Moraes expõem nova tensão internacional

O embate político e jurídico brasileiro ganhou uma nova dimensão internacional nesta semana, após uma declaração polêmica feita por Martin de Luca, advogado do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma publicação feita na rede social X (antigo Twitter), De Luca atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamando-o de “descarado” por, segundo ele, cobrar a atuação de Eduardo Bolsonaro na Justiça brasileira enquanto se esquiva de responder a um processo nos Estados Unidos.

A fala provocou reações imediatas e trouxe à tona uma nova etapa da disputa entre o Judiciário brasileiro e aliados da família Bolsonaro — desta vez, com implicações diplomáticas.

A crítica pública de Martin de Luca

No centro da polêmica está a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de incitar ataques ao sistema eleitoral brasileiro durante um discurso nos Estados Unidos. Moraes determinou a notificação formal do parlamentar, que atualmente vive fora do Brasil e tem evitado responder às autoridades.

Foi nesse contexto que Martin de Luca publicou sua crítica:

“Alexandre de Moraes está reclamando que Eduardo está se esquivando do processo criminal que Moraes abriu contra ele por discurso em solo americano. Incrivelmente descarado, vindo de um homem que vem se esquivando do serviço no caso Rumble contra ele na Flórida há sete meses.”

A referência de De Luca é a uma ação judicial movida pela Rumble e pela Trump Media & Technology Group contra decisões de Moraes que, segundo os autores, afetaram o funcionamento de plataformas digitais nos EUA, especialmente após medidas de bloqueio de contas e perfis durante investigações conduzidas no Brasil.

Acusações cruzadas e impasses jurídicos

A declaração do advogado de Trump adiciona combustível a uma disputa já acalorada. De um lado, o STF intensifica o cerco contra figuras políticas acusadas de atentar contra a democracia. Do outro, aliados de Bolsonaro, inclusive no exterior, tentam reverter essa narrativa, apresentando as ações do Supremo como perseguições ideológicas.

Para críticos de Moraes no meio conservador internacional, o ministro estaria ultrapassando os limites de sua jurisdição, interferindo em redes sociais, decisões de moderação e até em liberdades individuais. Por outro lado, defensores de Moraes afirmam que ele está cumprindo seu papel institucional de proteger as instituições democráticas contra tentativas de desestabilização.

A acusação de que o ministro estaria se “esquivando” de responder ao processo na Flórida gera desconforto, ainda que o caso envolva diferenças legais e protocolares entre as jurisdições. A ausência de manifestação oficial até o momento, segundo De Luca, estaria atrasando o processo.

Conexões entre bolsonarismo e trumpismo

A troca de acusações entre aliados de Jair Bolsonaro e representantes do universo político de Donald Trump revela uma conexão ideológica e estratégica crescente entre os dois grupos. Ambos têm se apoiado em discursos de desconfiança nas instituições, críticas à imprensa tradicional e narrativas de vitimização política diante de processos judiciais.

Eduardo Bolsonaro, inclusive, tem intensificado sua atuação nos Estados Unidos em busca de apoio político e jurídico. Ao se manter no exterior, ele tenta adiar o enfrentamento direto com a Justiça brasileira, enquanto articula com congressistas e organizações conservadoras norte-americanas formas de pressionar o STF e deslegitimar suas decisões.

Desdobramentos políticos e diplomáticos

As declarações de Martin de Luca, embora feitas em rede social, têm potencial de repercussão diplomática. Um advogado próximo do núcleo trumpista acusar diretamente um ministro do STF brasileiro pode ser interpretado como ingerência ou tentativa de pressão externa sobre decisões judiciais internas.

Especialistas em direito internacional alertam para o risco de erosão da cooperação jurídica bilateral entre Brasil e EUA, caso esse tipo de discurso se torne mais frequente. A ausência de diálogo institucional e a substituição de canais diplomáticos por redes sociais fragilizam o respeito mútuo entre poderes soberanos.

Até onde vai o uso da política internacional como escudo?

O episódio levanta uma questão sensível: até que ponto políticos brasileiros podem utilizar suporte internacional como ferramenta para escapar de suas responsabilidades legais? O Supremo Tribunal Federal defende a tese de que ninguém pode se colocar acima da lei, mesmo que esteja fora do território nacional. Já os defensores de Bolsonaro veem na atuação de Moraes uma ameaça à liberdade de expressão e à autonomia política.

Essa disputa judicial transcende o campo jurídico e entra definitivamente na arena da geopolítica contemporânea, onde influências ideológicas e alianças internacionais moldam o destino de processos internos. No centro da controvérsia, permanece a tensão entre soberania nacional e estratégias de blindagem política transnacional.

Conclusão: uma batalha que ultrapassa fronteiras

Com o envolvimento de figuras próximas a Donald Trump e acusações direcionadas ao Supremo Tribunal Federal, a crise institucional brasileira se internacionaliza. O caso de Eduardo Bolsonaro, longe de ser apenas jurídico, tornou-se um símbolo de até onde vai a politização da Justiça e o uso de alianças globais para pressionar tribunais locais.

A resposta definitiva para essa tensão ainda está longe, mas os próximos capítulos devem mostrar se o Brasil conseguirá manter a integridade de seu sistema legal diante de pressões externas — ou se novas interferências internacionais vão continuar desafiando a autoridade do Judiciário brasileiro.

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